Em um paradoxo tecnológico, um país de primeiro mundo desafia a obsolescência ao continuar utilizando disquetes, o que revela uma história única de resistência à mudança digital.
O Japão é reconhecido como um país de primeiro mundo, principalmente devido à sua significativa contribuição para o avanço tecnológico global. Muitas inovações que impulsionam o planeta hoje têm origem lá.
No entanto, é curioso observar que, em um aspecto específico, o Japão permanece um pouco mais atrasado em comparação com o restante do mundo: o uso persistente de disquetes.
Disquetes ultrapassados? Não no Japão
Os disquetes eram dispositivos de armazenamento magnético, pequenos e portáteis, que se tornaram amplamente populares nas últimas décadas do século 20.
Os antigos disquetes, pouco conhecidos hoje em dia – Imagem: Leitura Digital Paraíba/Reprodução
Apesar de sua obsolescência nos dias atuais, esses meios de armazenamento foram essenciais em uma época em que as opções eram limitadas.
Os disquetes, geralmente com capacidade de 1,44 megabytes, eram empregados para armazenar documentos, programas e outros tipos de arquivos.
Era comum encontrá-los sendo usados para transferência de dados em computadores pessoais, especialmente nas décadas de 1980, 1990 e 2000.
Contudo, com o avanço da tecnologia e o surgimento de dispositivos de armazenamento mais eficientes, como os HDs e, posteriormente, os SSDs e pendrives, os disquetes ganharam o status de relíquia tecnológica.
Curiosamente, no contexto japonês, as instituições governamentais ainda resistem à transição para métodos mais modernos.
Até recentemente, por volta de 1.900 procedimentos governamentais exigiam que dados fossem submetidos utilizando disquetes.
A persistência no uso desse objeto no Japão também se deve à natureza conservadora das práticas burocráticas.
No entanto, há sinais de mudança. Por exemplo, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão decidiu recentemente modernizar a entrega de documentos oficiais, indicando uma possível transição para métodos mais contemporâneos.
Tal comportamento peculiar pode ser atribuído, em parte, ao encerramento da produção de disquetes pela última fabricante japonesa, a Sony, em 2011. E, é claro, chega uma hora que é preciso se modernizar e optar por um melhor armazenamento.
Processo lento
Apesar desses passos em direção à modernização, é provável que o Japão continue a adotar mudanças de maneira gradual.
A influência do passado e a resistência a abandonar práticas tradicionais podem atrasar a plena integração de métodos mais atuais.
Contudo, a inevitabilidade do progresso tecnológico indica que o país eventualmente se alinhará aos padrões internacionais, deixando os disquetes como uma curiosidade histórica em sua jornada rumo ao futuro digital.