Nova explicação para a existência desses elementos no corpo dos antigos animais foi comprovada.
Conforme a tecnologia e os estudos paleontológicos avançam, a humanidade descobre novos fatos sobre os dinossauros.
Durante muito tempo, acreditou-se que esses animais eram parentes dos répteis, mas agora sabemos que eles, na verdade, são mais próximos das aves.
Inclusive, diversas espécies de dinossauros tinham penas e asas, mesmo que elas não fossem 100% funcionais nem possibilitassem o voo.
Desse modo, a real utilidade das penas era questionada: afinal, por que os bichos as possuíam se não poderiam usá-las para decolar ou ao menos planar?
Recentemente, um robô-dinossauro construído por pesquisadores foi capaz de responder a tais questionamentos de maneira inédita. Com a máquina, os estudiosos descobriram por que havia penas em dinossauros.
Como o experimento com o robô ocorreu?
Material mostra como os testes ocorreram – Vídeo: YouTube/Reprodução
Até o momento, diversas teorias foram elaboradas para tentar justificar a existência das penas e asas nos corpos dos dinossauros, mas nenhuma delas desvendava o enigma de maneira satisfatória. Será que elas conferiam mais velocidade? Protegiam do frio? Eram úteis para o acasalamento?
A resposta só foi obtida por um robô de metal chamado ‘Robpteryx’, uma versão mecanizada de um espécime pré-histórico chamado ‘Caudipteryx’, que possuía o tamanho de um pavão moderno, com protoasas e cauda cobertas por penas.
O bicho viveu há 124 milhões de anos em um ambiente extremamente hostil e repleto de perigos.
Assim, os cientistas puderam testar uma hipótese sugerida por estudiosos sul-coreanos, denominada como ‘estratégia flush-pursue’.
Segundo ela, os animais utilizariam suas asas para afugentar presas de suas tocas e capturá-las. Lembrando que tal estratégia já foi observada em pássaros atuais.
Logo, com essa informação, o experimento realizou três demonstrações de como as referidas estruturas corporais poderiam ser empregadas:
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A máquina expande os membros anteriores com as protoasas e faz o gafanhoto saltar/voar, indicando que ele de fato poderia fugir de um esconderijo;
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O robô dobra os membros anteriores com as protoasas e, novamente, o inseto salta/voa para se distanciar;
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O mecanismo faz movimentos ascendentes com a cauda com penas e o gafanhoto foge voando.
Conforme os resultados, o autor principal do projeto, Jinseok Park, da Universidade Nacional de Seul, revela que os gafanhotos saltavam mais frequentemente quando a réplica robótica mostrava suas asas.
Além disso, eles pulavam mais quando essas partes eram pintadas com manchas em preto e branco.
Segundo Piotr G. Jablonski, outro membro envolvido na pesquisa, isso pode ser um forte indicativo de que a evolução dos dinossauros e suas penas moldou-se parcialmente pelos neurônios dos insetos, que eram, no caso, a principal fonte de alimento dos antigos animais.