Um novo relatório chamou atenção ao apresentar um estudo sobre a influência do algoritmo do Spotify no consumo de música, com base na análise de mais de 25,3 bilhões de streams de centenas de artistas.
O estudo da empresa francesa Your Music Marketing mostra a importância dos mecanismos de descoberta da plataforma em fomentar o crescimento de artistas e moldar os hábitos de audição do fã de música.
A pesquisa revela que mais de 18% dos streams no Spotify desde 2015 vieram de playlists algorítmicas – ou seja, a cada 5 músicas ouvidas na plataforma, 1 pode ser recomendada com base nos seus hábitos de escuta.
Como o termo já indica, essas playlists são desenvolvidas não por um curador humano, mas sim pelo algoritmo do Spotify. Isso inclui playlists como Descobertas da Semana, Radar de Novidades e Daily Mix.
Números revelam o impacto do algoritmo do Spotify
De acordo com o relatório “Como os algoritmos do Spotify revolucionam o consumo de música?”, o uso das playlists algorítmicas cresceu nos últimos anos, representando mais de 21% do total de streams nos últimos 12 meses. O estudo constatou que sua influência cresceu 12% apenas em 2023.
Além disso, os algoritmos do Spotify têm um impacto significativo na receita da indústria musical. Estima-se que esses algoritmos gerem entre US$858 milhões e US$1,16 bilhão, representando potencialmente de 3 a 4% da receita total da indústria de streaming de música – o que não é pouco, considerando que são lançadas 120 mil novas faixas em plataformas de streaming diariamente. Haja fone de ouvido!
Esse número reforça a importância do algoritmo para a gigante sueca, pois, em comparação, representa metade da participação total do YouTube Music (8%) e o dobro da participação do Deezer no mercado (2%).
Streaming: um mercado em rápido crescimento
Nos últimos anos, o mercado geral de música gravada tem se expandido significativamente. Não é por acaso que sua receita continua a subir: foi estimada em US$13,6 bilhões em 2015, US$20,3 bilhões em 2020 e, em seguida, US$26,2 bilhões em 2022. De acordo com as previsões da Goldman Sachs, o mercado global de música gravada pode chegar a quase US$50,1 bilhões até 2030.
O principal fator por trás dessa explosão é o streaming, que respondeu por 19,8% (US$2,7 bilhões) da receita do mercado de música em 2015 e, em poucos anos, sua participação mais que triplicou, atingindo 67% (US$17,5 bilhões) em 2022.
Com mais de 500 milhões de usuários no primeiro trimestre de 2023, o Spotify detém uma participação de 31% no mercado global de serviços de streaming de música. É, portanto, o líder do setor por uma margem significativa, já que é seguido pela Apple Music, representando apenas 15%, e depois pela Amazon e a chinesa Tencent Music na terceira posição, cada uma com uma participação de 13% no mercado.
Quem se beneficia com o algoritmo?
Não faz muito tempo, o Green Day criticou quem descobre música pelo algoritmo, se lembra? Mas a verdade é que os artistas emergentes se beneficiam bastante das playlists algorítmicas, com quase dois terços de suas audições provenientes dessa fonte. Por outro lado, os artistas mais populares têm cerca de dois terços de suas audições ativas – ou seja, vêm de streams diretos e intencionais, e não como reflexo do autoplay.
O que fica claro é que, apesar da alta porcentagem de escuta ativa no número total de streams, a escuta programada, via algoritmo, representa 34,3%, o que significa mais de um terço do total de audições. Essa participação está longe de ser desprezível e destaca a importância dessas ferramentas no consumo de música no Spotify.
Estudos do tipo não são verdades absolutas, porém ajudam a formar um panorama sobre o papel fundamental dos algoritmos do Spotify na indústria musical, não apenas impulsionando a receita, mas também influenciando significativamente a forma como os ouvintes descobrem e consomem música nos dias de hoje.
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