De 2014 até hoje, Luiz Felipe Scolari conquistou um Brasileirão e uma Liga dos Campeões da Ásia, mas também passou sem títulos por vários clubes
O Atlético Mineiro anunciou nesta quarta-feira a saída do técnico Luiz Felipe Scolari, confirmando as especulações da véspera. O treinador havia chegado em meio ao Campeonato Brasileiro do ano passado e levou o Galo à disputa do título até o fim, mas sem sucesso.
Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira em 2002, Felipão também ficou marcado pela mais dramática das derrotas do Brasil, o 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais da Copa de 2014, disputada justamente em solo brasileiro.
De lá para cá, o treinador realizou mais sete trabalho, alternando passagens de sucesso, com direito a título continental, a outras em que não conquistou nenhuma taça.
GRÊMIO (2014)
Menos de um mês depois de ter comandado o Brasil na derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, Luiz Felipe Scolari foi anunciado como o novo técnico do Grêmio. A notícia marcava o retorno do técnico ao clube depois de 18 anos, criando a expectativa para o torcedor de que a nova passagem tivesse tanto êxito quanto nos anos 1990, quando levou o clube ao título da Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores.
A passagem, no entanto, desta vez foi muito menos brilhante. Apesar de ter vencido o Gre-Nal 403 por 4 a 1, interrompendo uma série invicta de dois anos do Inter, acabou perdendo o Gauchão de 2015 para os colorados. Além disso, também foi muito criticado à época por ter ido para o vestiário antes do fim do jogo do Grêmio contra o Veranópolis, alegando ter ficado envergonhado pela atuação.
Terminou a sua terceira passagem pelo clube em maio de 2015.
- 51 jogos
- 26 vitórias
- 12 empates
- 13 derrotas
- 58% de aproveitamento
GUANGZHOU EVERGRANDE
Na China, Felipão viveu o seu melhor momento dentro de campo nesses últimos anos. Chegou ao clube chinês em junho de 2015 para suceder ao italiano Fabio Cannavaro. A passagem não poderia ter sido mais vencedora. No Guangzhou Evergrande, foi três vezes campeão nacional e conquistou a Liga dos Campeões da Ásia, o que rendeu a classificação ao Mundial de Clubes de 2015, quando terminou em quarto lugar. Além disso levantou mais taças: duas Copas da China e uma Supercopa. A adoração ao trabalho de Scolari foi tamanha que na sua saída, no final de 2017, milhares de torcedores foram ao aeroporto para se despedir e agradecer o trabalho do brasileiro.
- 113 jogos
- 70 vitórias
- 28 empates
- 15 derrotas
- 70% de aproveitamento
PALMEIRAS
Quando chegou ao Palmeiras, em julho de 2018, o time estava na sexta colocação do Campeonato Brasileiro. O encaixe foi tamanho que a equipe dali para a frente engatou uma sequência de 22 jogos invicta, o que resultou no título da competição naquele ano. Aliás, o clube paulista chegou a beliscar a tríplice coroa, mas acabou eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores nas semifinais para, respectivamente, o Flamengo e o Boca Juniors. A expectativa para a temporada seguinte era grande, mas a eliminação na semifinal para o São Paulo no Paulistão era o primeiro sinal de que o sucesso desta vez não seria o mesmo. O Palmeiras até que teve uma boa arrancada no Brasileiro, mas após a parada para a Copa América, o time parecia não se encontrar mais e a campanha desandou, culminando na queda de Felipão em setembro.
- 77 jogos
- 46 vitórias
- 21 empates
- 10 derrotas
- 68% de aproveitamento
CRUZEIRO
Anunciado em outubro de 2020 no clube mineiro, Felipão desta vez chega com um objetivo bem diferente: livrar a equipe dos riscos de rebaixamento para a Série C. A meta é alcançada, ainda que em nenhum momento o Cruzeiro vislumbre o retorno para a Série A naquele momento. De quebra, o treinador teve que lidar com um convite para treinar a seleção do Chile, o que causou desgaste em Minas Gerais, apesar da negativa. A crise financeira do clube, que ali já atrasava salários mina ainda mais a relação e o treinador deixa o Cruzeiro em janeiro de 2021, antes mesmo do final da Série B, mas com o clube livre do risco de rebaixamento.
- 21 jogos
- 9 vitórias
- 8 empates
- 4 derrotas
- 55% de aproveitamento
GRÊMIO
Em julho de 2021, o Grêmio anuncia pela quarta vez Luiz Felipe Scolari como técnico. O time, que vinha em curva descendente com Tiago Nunes, buscava na experiência de Felipão uma forma de recalcular a rota e evitar um destino pior. A estreia foi justamente em um Gre-Nal que terminou sem gols. Eliminado na Copa Sul-Americana pela LDU e na Copa do Brasil para o Flamengo, com direito à goleada na Arena, restava uma recuperação no Brasileirão, o que acabou não acontecendo. A saída foi selada em outubro, após derrota para o Santos, na Vila Belmiro.
- 21 jogos
- 9 vitórias
- 3 empates
- 9 derrotas
- 47% de aproveitamento
No Athletico-PR, Felipão anunciou a aposentadoria, mas depois aceitou convite do Atlético-MG | Foto: Albari Rosa / AFP / CP
ATHLÉTICO-PR
No Athletico-PR, Felipão chegou com amplos poderes em maio de 2022. Além de técnico, também fazia as vezes de diretor de futebol. Na prática, deu resultado. Pegou um time que estava na lanterna de seu grupo na Libertadores e o levou até à final, perdendo para o Flamengo. No Brasileirão foi sexto colocado. Ao final daquele ano, no entanto, surpreendeu ao anunciar a sua aposentadoria das funções de técnico, mantendo apenas a de dirigente. Conseguiu ainda assim, emplacar o seu auxiliar Paulo Turra como sucessor no campo. Mais surpreendente, no entanto, é quando, em junho de 2023, anunciou que havia aceito o convite do Atlético-MG para voltar a treinar, em uma decisão inesperada ainda mais para os dirigentes paranaenses.
- 36 jogos
- 25 vitórias
- 4 empates
- 7 derrotas
- 73% de aproveitamento
ATLÉTICO-MG
No Galo, Felipão amargou nove jogos sem vitória logo na chegada. No entanto, depois, o time, que em campo tinha em Hulk o seu grande destaque, embalou e lutou pelo título do Campeonato Brasileiro até a última rodada. No entanto, a taça foi mesmo para o Palmeiras, restando ao Atlético-MG comemorar a vaga direta à Libertadores. Este ano, o time já está classificado para as finais do Campeonato Mineiro, justamente contra o principal rival o Cruzeiro. Ainda assim, as críticas da torcida quanto à atuação do time eram grandes e Felipão acabou não resistindo à pressão e pedindo demissão.
- 41 partidas
- 19 vitórias
- 10 empates
- 12 derrotas
- 54% de aproveitamento