Após um período de queda, a taxa de desemprego no Brasil voltou a subir, atingindo 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro. Essa alta representa um aumento em relação ao trimestre anterior, quando a taxa estava em 7,5%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que cerca de 8,5 milhões de trabalhadores estão atualmente em busca de oportunidades de emprego.
Análise dos números e causas do aumento da taxa de desemprego
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, a recente alta pode estar relacionada à época do ano, com pessoas retomando a busca por trabalho após uma pausa durante o período de fim de ano. Esse aumento na procura por ocupação contribuiu para o incremento no número de desempregados, que cresceu em 332 mil pessoas em relação ao trimestre anterior.
Ainda que a taxa de desemprego tenha subido, é importante notar que ela ainda é inferior à registrada no mesmo período do ano anterior, quando estava em 8,6%. Essa comparação evidencia uma melhora em relação ao cenário anterior, mas ainda indica desafios persistentes no mercado de trabalho brasileiro.
Impactos e Outros Indicadores do Mercado de Trabalho
O número total de pessoas ocupadas no país se manteve estável em comparação com o trimestre anterior, totalizando 100,2 milhões de trabalhadores. Isso representa um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, demonstrando uma recuperação gradual, porém consistente, do mercado de trabalho.
É relevante destacar também o aumento no número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, que atingiu um novo recorde da série da PNAD Contínua, totalizando 37,995 milhões de trabalhadores. Esse crescimento, que representa um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior, sugere uma retomada da formalização do emprego.
Além disso, a taxa de subutilização da força de trabalho, que mede a parcela da população que gostaria de trabalhar mais do que já trabalha, também teve um aumento, chegando a 17,8% ao final de fevereiro. Por outro lado, o número de pessoas desalentadas, que desistiram de buscar trabalho, teve sua primeira alta desde abril de 2021, atingindo 3,7 milhões de pessoas.
Apesar dos desafios enfrentados, o aumento gradual do número de pessoas ocupadas e o crescimento no rendimento médio das pessoas ocupadas indicam uma trajetória de recuperação econômica.
No entanto, é fundamental que sejam adotadas políticas e medidas que promovam a geração de empregos de qualidade e a inclusão produtiva, visando garantir uma melhoria sustentável nas condições do mercado de trabalho brasileiro.