A polícia da Rússia prendeu nesta sexta-feira, 16, cerca de 40 pessoas que se manifestaram em Moscou, São Petersburgo e outras cidades para homenagear o dissidente Aleixei Navalni. Aos 47 anos, o principal crítico de Vladimir Putin morreu no presídio de segurança máxima no Ártico onde cumpria até 2031, após ter sido condenado por corrupção em julgamentos apontados como politicamente motivados.
Em São Petersburgo, cerca de 30 pessoas foram presas. Já em Moscou, mais uma dezena de apoiadores foram detidos ao tentar colocar flores na pedra de Solovetski, um monumento às vítimas da repressão, próximo à sede da agência nacional de segurança. Entre os detidos, estava um jovem com um cartaz escrito “assassino”.
Os relatos na Rússia são de forte presença da polícia nas ruas. E, de acordo com o grupo OVD-Info, que monitora a repressão, também foram registradas prisões em várias cidades do país.
O Ministério Público de Moscou diz ter visto nas redes sociais o chamado para uma manifestação em massa na capital russa e alertou que o ato seria contra lei. O MP advertiu em nota, que a organização, realização, convocação ou participação em manifestações não autorizadas pode ser punida com detenção administrativa.
O pesquisador do Centro Carnegie para Rússia-Eurásia Andrei Kolesnikov, no entanto, considera improvável que os protestos se estabeleçam. Isso porque o Kremlin, diz ele, tem eliminado sistematicamente os canais de oposição ao governo e a polícia deve reprimir de forma severa qualquer sinal de manifestação.
“Algumas pessoas estão levando flores à Pedra de Solovetsky, mas não são muitas”, disse Kolesnikov. “Todos estão horrorizados, é claro. Mas está claro que não podem fazer nenhum protesto. Não é possível… Há muita polícia agora em Moscou. Há a sensação de que estamos em um estado policial”, acrescentou.
“Os protestos só podem funcionar se as pessoas saírem em milhões”, disse o opositor exilado Gennady Gudkov. “Mas como as pessoas não estão organizadas e não têm recursos, jornais, líder político, partidos ou sindicatos, não há nada”, concluiu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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