Um dos menores peixes do planeta ecoa um som comparado ao estrondo de um tiro. Confira os segredos acústicos desse pequeno habitante das águas.
Nos riachos em Mianmar, na Ásia, um habitante desafia as expectativas. O Danionella cerebrum, embora seja um dos menores peixes do mundo, não passa despercebido, devido ao som estrondoso que emite.
Nesse universo aquático, os machos do peixe minúsculo revelam um mecanismo singular que desafia a lógica convencional.
Canto poderoso do peixe Danionella cerebrum
Peixe Danionella cerebrum – Imagem: Reddit/Reprodução
Com uma média de 12 milímetros, o tamanho do Danionella cerebrum é quase insignificante, comparado com a unha de um adulto.
No entanto, sua notoriedade não reside no tamanho, mas na surpreendente capacidade de produzir ruídos que ultrapassam os 140 decibéis, competindo com uma britadeira.
Para comparação: um bar ou uma agência bancária com muitas pessoas falando ao mesmo tempo têm em média 65 decibéis.
Ao contrário de outros peixes que emitem sons através da vibração da bexiga natatória, os machos Danionella têm um método distinto. Utilizam suas costelas, especificamente uma parte próxima à bexiga natatória.
Um músculo específico movimenta a cartilagem da costela em direção à bexiga, criando um som pulsante e distinto.
Apesar dos avanços na pesquisa, o propósito por trás do rugido ensurdecedor desses peixes ainda permanece enigmático.
Como funciona o mecanismo sonoro?
A hipótese inicial sugere que o som pode desempenhar um papel importante na navegação em águas turvas, fornecendo uma vantagem adaptativa única.
A costela dos machos, consideravelmente mais rígida, explica por que as fêmeas dessa espécie não participam do concerto subaquático. A ausência de sons nas fêmeas destaca um aspecto intrigante da biologia desses animais.
Embora os cientistas não tenham desvendado completamente o motivo por trás da intensidade sonora, uma especulação sugere que tal habilidade vocal pode servir como uma tática para afastar rivais machos ou estabelecer domínio sobre áreas de acasalamento.
A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) Abaixo você pode escutar o som executado pelo Danionella cerebrum: