Estátua teve um dos pés arrancados em Abril de 2021 e sofreu outros danos ao longo do tempo
O artista visual Ique chegou em Campo Grande neste domingo (10) para iniciar os trabalhos de restauração e revitalização da estátua de Manoel de Barros que fica no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Rui Barbosa, em Campo Grande. O investimento da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) é de R$ 75,6 mil.
A imagem em bronze concebida em comemoração pelo centenário do poeta Manoel de Barros, comemorada em 2016, desponta como símbolo da literatura, perpetuidade da memória e preservação da obra do grande poeta. Com 1,38 metro de altura e pesando 400kg, a estrutura é uma réplica perfeita de Manoel de Barros sentado no canto que mais gostava: o sofá de casa.
A imagem foi inaugurada em 19 de Dezembro de 2017, dia que foram comemorados os 101 anos de nascimento de Manoel de Barros, contemplando também os 40 anos de Mato Grosso do Sul.
No dia 19 de Abril de 2021, foi alvo de danos causados por atos de vandalismo. Em vistorias técnicas, foram constatadas a amputação do pé esquerdo, danos na face, nos óculos e no passarinho que está ao lado dele, juntamente com os desgastes naturais do bronze.
Ique e sua equipe realizarão a restauração das partes quebradas da imagem em bronze e a revitalização par dar acabamento ao material que sofreu oxidação devido a intempéries climáticas.
Ele chegou neste domingo a Campo Grande e trouxe moldes das peças que foram amputadas da estátua, como o pé esquerdo e os óculos. O artista e sua equipe vieram do Rio de Janeiro e vão realizar a fundição das peças que foram retiradas e avariadas.
Além da revitalização, vai ser feito também um trabalho de iluminação em toda a estátua. Os trabalhos de restauração devem durar seis meses. Os trabalhos começam nesta terça-feira (12) e hoje o artista Ique e sua equipe estará no local para visita técnica com toda a equipe.
A escultura em tamanho real apresenta algumas características marcantes, rica em detalhes, desde o sorriso cativante do poeta aos seus trajes simples, as pernas cruzadas, o tênis surrado, ao lado de caramujos e do ninho de pomba, com os quais dialogava e se inspirava entre imagens, lembranças e metáforas.
Para o diretor-presidente da FCMS, Eduardo Mendes, “é uma das ações mais importantes do ano”. “Devolver o pé ao monumento do Manoel é devolver a Mato Grosso do Sul um dos seus símbolos mais bonitos e marcantes. O poeta vive no imaginário da nossa sociedade e sua estátua, além de ser um ponto turístico, é também uma lembrança da poesia e da vida deste grande artista”, disse.