Ao passar dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília, coincidentemente, ou não, o ex-presidente Jair Bolsonaro acendeu o alerta às autoridades: um possível pedido de asilo. Em conversas com especialistas ficou claro: Bolsonaro se antecipou no movimento e errou. Agora, se trata de uma questão mais policial do que diplomática.
Fontes do Itamaraty afirmam que “o ex-presidente do Brasil nunca deixou escondida a vontade de se esconder em embaixada caso se sentisse ameaçado. E agora tenta negar o óbvio. O medo de cair em cana”.
Ir para uma embaixada significa estar em território estrangeiro e sob as leis de determinado país, onde as autoridades policiais brasileiras não podem atuar.
Após a divulgação do vídeo do The New York Times, em que Bolsonaro chega e se hospeda na embaixada da Hungria, o embaixador do país, Miklós Halmai, foi convocado a prestar esclarecimentos ao Itamaraty. A reunião com a embaixadora Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte, durou cerca de 20 minutos.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro disse que o cliente foi à embaixada porque foi convidado e aproveitou o momento para estreitar relações com autoridades húngaras. Esta informação do convite não foi confirmada pelo Itamaraty. A embaixada da Hungria ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta que Bolsonaro tem 48 horas para explicar por que ficou dois dias hospedado na Embaixada da Hungria quatro dias depois de ter o passaporte retido pela Polícia Federal.
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